segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Minhas relações com a vida militar

Depois de um ano, e objetivando não ser convocado para o serviço militar, em 1936, recebi o Certificado de 2ª. Categoria, por ter concluído a Escola de Instrução Militar de número 252, do São Cristovão Atlético Clube. Fiz o “Tiro de Guerra”, como era chamado, com as marchas e de exercícios de tiro no Campo de Gericinó. O uniforme era de cor cáqui. Com boné da mesma cor, e com a pala preta. Naquele tempo escrevia-se “bonnet”, à forma francesa correta. O sargento Barroso era o Instrutor. Mais tarde, soube que o Sargento Barroso (que não era boi de pelo branco-amarelado) quando “brigava” com seu filho Amauri, dava-lhe surras com o cinturão. Eles moravam numa das ruas, provavelmente a Esmeraldino Bandeira, na Estação do Riachuelo.

Companheiro do Tiro de Guerra foi o Décio de Carvalho França, que também foi meu colega de Ginásio. Ele morava na Rua Satamini, e nos íamos, (a pé), até São Cristóvão. (Décio é hoje Almirante Reformado; pois ele conseguiu entrar na Escola Naval, no mesmo ano em que fui reprovado, no exame de saúde, na mesma Escola Naval, por ser portador de prognatismo da arcada dentária superior..

Não sendo “de mais”, (esclareço que o irmão do Décio, de nome Heitor, que era um exímio pianista, foi colega, na Escola Militar, de meu irmão Oswaldo). Outro fato também dessa época. O pai do Décio era o Prefeito da cidade Nova  Iguaçu . E, por isso fomos, os dois, convidados de honra , pela inauguração da luz da cidade. Na volta, depois de termos bebido algumas cervejas, nos deixaram na Praça da Bandeira. O que me lembro de que foi o maior trajeto que eu fiz, subindo, (à pé), a Rua do Matoso. Quando cheguei a casa, já bastante tarde, o meu Irmão Francisco foi quase que obrigado a servir de enfermeiro a um quase bêbado, (com ânsias). Um grande exemplo. Foi a última vez que misturei vinho tinto, com cerveja e salgados.



Em o mês de agosto de 1942 foi procedida a convocação de reservistas abrangendo três classes, as de  1919 à 1921. Foi também aberto o voluntariado. E, a declaração formal de guerra, feita pelo  Dr. Getúlio   Dorneles Vargas, no dia 22.

No mês de setembro de 1942, fui convocado para o serviço ativo do exército, por intermédio de uma correspondência especial.

Nesse tempo eu era funcionário paraestatal, por concurso público (Ex-Iapetc) e também, cursava o último ano, na Escola do Comércio do Rio de Janeiro.

Meu pai levou-me, de taxi, até a porta do quartel (Deodoro). E, recordo-me, até hoje, os “adeus” de cada um para o outro. Meu pai era “durão”, mas tenho certeza que, naquela hora, algumas lágrimas, como as minhas, seriam observadas. Era a despedida. Afinal de contas estávamos em guerra. Era um adeus.

Assim, sendo o portador de uma carta de apresentação, com 24 anos, já fardado, apresentei-me ao meu futuro comandante.  E, aquele certificado original (o do Tiro de Guerra) eu o entreguei ao Capitão Mourão, e o que ficou desse certificado foi o seu número 111150 da 1ª C.R., na 1ª R.M., anotado no interior da velha capa em que se encontrava, devidamente atualizado, feita com a presença do proprietário em qualquer estabelecimento militar , designado para tal.

Estava sendo preenchida a minha ficha, como integrante do II/3°R.A.Ae, (Segundo Grupo do Terceiro Regimento de Artilharia Anti-Aérea).

Em 20.11.1942, no Porto do Rio de Janeiro, a bordo do navio “Almirante Jaceguai”, embarcamos com destino a Recife, comboiados, aonde chegamos no dia 30 do mesmo mês e ano. Participamos, assim, de uma operação de guerra.

Transcrevo, agora, parte das “Lembranças da Antéria”, que um colega, também 3° Sargento, de nome Adyr  Pecego Messina, em 6.11.2002, me mandou, com dedicatória “Recordar, com emoção, é viver” 

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  4. FIQUEI INDIGNADO EM TOMAR CONHECIMENTO DESTE BLOG POIS ELPENOR DE SOUSA E SEUS COLABORADORES NÂO TIVERAM A DEVIDA AUTORIZAÇAO LEGAL PARA PUBLICAR NESTE MUNDO ANÁRQUICO E PERIGOSO DA WEB NOMES, HISTÓRIAS E ATÉ IMAGENS DO CORONEL OSWALDO DE SOUZA (MEU AVÔ), DE JOSÉ BERNARDINO DE SOUSA (MEU BISAVÔ), DONA SARITA (MINHA BISAVÓ), DE MIRIAM (MINHA AVO) E DE SILVIA MARIA (MINHA MÂE). NÓS DESCENDENTES DE CEL. OSWALDO DE SOUZA SOMOS OS VERDADEIROS DONOS DA MEMÓRIA E PROPRIEDADE INTELECTUAL DE CEL. OSWALDO DE SOUZA E FAMÍLIA (DESCENDENTES E ASCENDENTES) E AGORA TAMBÉM DO PRÓPRIO EPENOR DE SOUSA VISTO QUE ELE MORREU EM 15.8.2014 SEM DEIXAR DESCENDENTES E HERDEIROS NECESSÁRIOS!!!

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  5. ASSINADO JOÂO PINTO. PS: GETHER QUINTAES É APENAS UM PSEUDÔNIMO E SE EXISTIR ALGUM, FOI MERA COINCIDÊNCIA.

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