segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Memória da Família

Julgo ser o momento de ficar consignado o fato relevante, agora focalizado, com o membro da família, cujo nome era Antônio, e como pai de nosso bisavô, tal como constou da primeira árvore genealógica.

De início, esclareço eu, que são fatos acontecidos e são relacionados com a história de Portugal, quase que posso afirmar (isto também baseado em pesquisas), entre 1750 e 1780. E, relembrados pelo primeiro Sousa, pessoalmente, que carregava consigo, muito bem escondido, os restos de uma nobreza perseguida. Serão incluídas, sempre como verdadeiras, ou então, as que mais se aproximam do que de fato aconteceu. É a parte que entendi. Nada de anormal. Em Portugal, era comum, “um nobre contra outro nobre “ Nada mais do que a memória da família.

Em Portugal, cerca do ano de 1750 e, depois da morte de João 5°, o rei José subiu ao trono, e, Sebastião foi chamado de volta á corte de Lisboa, para ser Ministro do Rei.  Em pouco tempo, Sebastião se tornou a figura principal no Estado Português.

Explico melhor:- Aquele que foi batizado com o nome de Sebastião José de Carvalho e Melo, passou a história, conhecido por seu título de nobreza:- o “Marques de Pombal”. Deixou seu nome, também, como inimigo dos padres. Governou com mão de ferro, impondo a lei a todas as classes. Acabou com a discriminação dos “cristãos novos”. Perseguiu muita gente, inclusive, quase todos os nobres. Elaborou uma reforma econômica com a criação de Companhias e Associações Coorporativas. Incomodou muita gente. Incomodou também diversas classes. Enfim, um vasto programa de despotismo esclarecido. Posteriormente expulsou os jesuítas e confiscou seus bens.

Foi um déspota, ainda, por isentar impostos para exportação; fundou o Banco Real, e reorganizou o Exército.

Todavia , quando e se o ponto analisado merecia reprimenda, ou mesmo, um castigo, era muito rigoroso. Era a morte certa, para quem estava sendo perseguido e punido. (São fatos que, se por falha, não transcrevi as palavas usadas pelo Antônio,  por que são muito semelhantes).

Por outro lado, não devemos esquecer o que, de tudo e de bom, o Marques de Pombal contribuiu para refazer Portugal,  quando em 1975,  houve um terremoto.

O que é sabido, porque Antônio sempre lembrava, é que, no ano de 1750, a sua mãe, que era uma marroquina, colocou-o,, com seus dois irmãos, lá em Portugal, (enfrentando uma situação de grande perigo), em um navio, que tinha como destino o Brasil  (R.G.Sul).     E,   Antonio estava disfaçado com uma capa preta.


Seria uma coisa normal, se não fosse o risco que havia naquele momento.  Toda a família de Antônio estava sendo perseguida pelo Marques de Pombal, e, a única salvação, imediata , era de, pelo menos,  o que sempre Antônio repetia:;- “salvar da morte,  os três membros,  nobres, da nossa família Sousa”.

Não se sabe, já que Antônio nunca quis dizer, ou explicar, ou mesmo contar, o que acontecera.  Também os nomes dos pais de Antônio foram sempre, por ele, omitidos. A nacionalidade dos mesmos não foi esquecida.  O pai era português genuíno e nobre, e a sua mãe marroquina.

Pela tradição, suponho, seu nome correto deveria ser Antônio José.

Quando alguém perguntava ao Antônio qual o seu nome, ou mesmo, se ele era nobre, ele respondia:- “eu sou,  sou, “sou Sa”. Depois ele “esclarecia: -“ que não estava mentindo”. Afinal ele respondera o que era o certo “eu sou Sa” ( com a letra- a- sem ser acentuada). E dizia que   a pronúncia era bem parecida”. A pronúncia do que ele pensava era a certa. E dava a ele, Antônio, toda a segurança. Se não era um” Sousa” “verdadeiro”. Não seria denunciado. E, ainda, ficaria livre de qualquer outra pergunta, dizia ele.

Assuntos, embora fora da sequência, porem ,  dentro da Memória de Família-Depois, de muitos e muitos dias de viagem. Um membro da família Sousa ficou no Norte (há uma cidade Sousa, no Brasil). O outro desceu no Rio, muito abatido, e nunca mais Antônio teve notícias dele. E, ele próprio, Antônio, desceu no Rio Grande do Sul.

Antônio estava vestido, ainda com uma capa preta, que indicava o último período escolar que havia cursado, em Portugal. E, o que parecia estranho, Antônio portava uma guitarra. Era moreno, com boa aparência. Era tido como muito culto e, por essa qualidade, muito solicitado. Ainda tinha como dom, uma boa e bela voz. E, como característica, somente sua.      Gostava, ou melhor, quando cantava dava preferência às cantigas de Portugal. Eram recordações, “fados” ou coisa parecida.  E todo o mundo gostava de ouvi-lo.

Embora tenha trazido muito dinheiro, o que lhe garantia tudo o que necessitava, este foi de i fato, o seu “ganha- pão”. Garantia, até certo ponto. Também, cantava e, sempre, ganhava dinheiro num pequeno local, não determinado. Isto acontecia, porque aguardava, apaixonado, e com muita ansiedade, um, novo contato, muito esperado.   Com o seu “patrão portugues” (nome desconhecido e como Antônio o tratava).  Contato esse, que um dia chegou, com grande alegria (o que Antônio sempre dizia).

Era um membro de nossa família, o mesmo que da primeira vez. Aquele que lhe garantira um ótimo emprego, com a finalidade de continuar e reforçar a lida da criação de gado; que estava aumentando muito, na sua fazenda.

E dessa vez, o contato veio só. A sua “amada” ( pela qual Antônio estava apaixonado),  não veio. .Ela era uma moça muito bonita. Ao que tudo indicava, seria, dentro de pouco tempo, a nossa trisavó.  Seu nome não sabemos  qual era.  Não ficou registrado em parte alguma. A prova do casamento também. Os nomes dos pais de Antônio, (a mãe nascera em Marrocos) não foram citados; nem tão pouco o nome da nossa trisavó.  Digo, hoje, “lamentavelmente.” Nada mais posso acrescentar. Como já disse e repito:- se o relatado não é a verdade,  é o que mais dela se aproxima.

E, para finalizar, com as minhas conclusões:-

Ali mesmo, o atual magnífico Rio Grande, ou então, na antiga fazenda em Taquarembó, no Uruguai, Antônio, que passou a ser nosso Trisavô, certamente, casou-se com a bonita moça, pela qual ele se apaixonou, ao conhece-la.  Paixão sempre correspondida, pela nossa Trisavó e, ao que tudo indica, era a “parenta”, mais nova, do seu “Patrão “Potugues” ou “Patrício”  (como Antônio o chamava). Levando a sua vida normal, com a proximidade de nossos parentes. Com o título de “pai “de nosso bisavô, o brasileiro , de nome Bernardo José  de Sousa., o primeiro filho do casal. Ou, então, o nosso “nobre trisavô”, tudo de acordo com a memória da família e que, também figura  na   primeira e pequenina arvore genealógica, da qual fui testemunha, apenas com dose anos de idade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário