segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Introdução

Esta é uma narração crítica dos fatos, sem que todos tenham sido imaginários; porém, foi feita com bastante capricho. Grande parte elaborada com a minha intuição de filólogo, principalmente, quando das cópias. Se há falhas, foram involuntárias, letras parecidas, como o (v) e (r), por exemplo.  Ter havido omissão, ou mesmo, confundido nomes, por serem homônimos.  Mesmo assim, com todos os “contras”, o “S” dos Sousas (nobres) foi bem cuidado, embora tenha observado fatos, desses, registrados com “Z”.

O que deve ser salientado, é que os registros não eram obrigatórios, para não dizer, que não existiam. Para completar a nossa pesquisa, seria em mais fácil se o fato da chegada do imigrante Sousa ao Brasil tivesse acontecido, muito depois, ou seja, 108 anos. No Museu da Imigração pode-se descobrir como e quando o imigrante chegou. Para tanto bastaria saber, como é sabido:- o nome e o ano (mesmo que aproximados) em que o primeiro dos Sousas, de nossa família, desembarcou aqui, no Brasil. Pois seriam determinados até o dia exato, o nome e o tipo do navio, a classe social do passageiro; etc. etc. Mas há um quesito primordial, ali exigido:-“ que a chegada tenha acontecido a partir do ano 1888”.

Entretanto o que deve perdurar, no caso, é o “registro da família”. É a simples razão para que exista um “antes” e um “depois” para os Sousas. E é bastante sólido. De portugueses, marroquinos, espanhóis e brasileiros. Não podemos esquecer, todavia, as descendências características do povo europeu. A pele mais clara, lábios e nariz mais afilados, cabelos finos e ondulados, que foi mesclado com o povo do Mediterrâneo, este com pele mais morena, olhos castanhos, crânio mais estreito e alongado, e com cabelos escuros e ondulados.

É o resultado lógico de um processo por imigrações e conquistas, culturas mortas e absorvidas, revoluções e transformações sociais. Nesse ponto, como comparação posso lembrar que José Carlos (78.3.1) filho de meu irmão Francisco (78.3) foi conhecer Marrocos; e lá, ele podia ser confundido, dado seu aspecto físico, como um natural. Em contra partida, o Igor (78.5.3.2), neto de meu irmão Oswaldo (78.5), é louro e bem claro.

Por erro, ou lapso, de um dos funcionários do Cartório, meu irmão caçula e militar, já falecido, foi registrado como ”Oswaldo de Souza”. Isto contrariava certamente a opinião de um parente, também já falecido:- “Sousa com S é nobre; e, Souza com Z é plebeu”.

Todavia, como correção, a minha cunhada de nome Miriam, esposa do Oswaldo, bem como todas suas três filhas, de nomes Silvia Maria (78.5.1), Ângela Maria (78.5.2) e Ana Beatriz (78.5.3), foram registradas corretamente (o Sousa com S). E que, Oswaldo (78.5) nunca quis regularizar seu sobre nome, por ter muitos, mais do que cinco, certamente, homônimos homógrafos. Foi lembrada por sua filha Ângela (78.5.2), por telefone, as inúmeras dificuldades que ele teve quando e para conseguir o financiamento,  na Caixa Econômica Estadual, em Niterói, para comprar seu imóvel.

Posso esclarecer, melhor, a opinião do parente falecido:- “Os Sousas com S são os que descendem da nobreza de Portugal, e os Souzas com Z, dos nobres da Espanha”.

O ponto de vista que sempre considerei relevante, tendo em vista a árvore genealógica, (agora de tamanho bem maior), deu-se no período de 1930 a 1931 por iniciativa de minha irmã, Anna Thereza Dias de Sousa (78.2) com a cooperação de meu pai, gaúcho (do Rio Grande) José Bernardino de Sousa Sobrinho (7), o Doutor Sousa, como era chamado; e ainda, da senhora minha mãe, gaúcha (de Pelotas), Sara Dias de Sousa, a Dona Sarita (8),e de, principalmente, mais dois primos oriundos do Sul.

Diga-se de passagem, em 1930, e era a grande novidade da época, o motivo pelo qual, a minha irmã “Natereza” (como a chamávamos às vezes), estava cursando o Secretariado, na Escola Maria Right, aqui na Tijuca. Meu pai (7) por ser Dentista e Farmacêutico tinha o Curso Post Graduation da Universidade de Saint Polônia, em Pensilvânia, nos Estados Unidos da América do Norte. E, como Farmacêutico, serviu durante todo o período de 1914 a 1918 (Primeira Grande Guerra Mundial), como tenente, em uma das pequenas Farmácias do Exército, na Rua Evaristo da Veiga, a mesma rua que nós, nascemos.

Meu irmão Fábio José (78.1) nasceu e faleceu em 1911, a Anna Thereza (78.2) nasceu em 1914 e faleceu em 1989, o Francisco (78.3) nasceu em 1915 e faleceu em 1987. Elpenor (78.4) nasceu em 1918 e, em final, Oswaldo (78.5) nasceu em 1920 e faleceu em 2002.

Lembro bem, estávamos em 1930, ano em que alguns dados foram fornecidos, e muitos outros confirmados por dois de meus primos, do Rio Grande do Sul.  Isto, pouco depois, da vitoriosa Revolução. Eu estava com 12 anos de idade. - O de nome Rubens Cortes Paixão (1.2) e o de nome Honório Fialho Peixoto (9.4). (esclareço que, sempre que possível, indicarei o número que cada parente tomou na árvore genealógica) foram os que mais se destacaram.

É oportuno e relevante salientar o motivo da presença dos dois, no Rio de Janeiro. Fardados, sob o comando do Dr. Getúlio Dorneles Vargas, na Revolução Constitucionalista, vieram participando ativamente, como vencedores, desde Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em o mês de outubro do ano de 1930.

É fato que não pode aqui deixar de ser consignado, e por ter sido eu uma das testemunhas. Observamos uma verdadeira “imagem de poeira, mal cheirosa”, no momento que se “transformaram” as meias, do primo Rubens, justamente em nossa sala de visitas, na Rua Evaristo da Veiga 45, no centro do Rio, da casa, localizada em frente ao Quartel de Polícia, quando ele definitivamente ficou livre de suas botas.

Em decorrência do que estava sendo exalado das fardas dos dois parentes gaúchos, também tivemos que abrir as janelas da sala de visitas.  Ainda tenho em mente as “caras de espanto” feitas pelos soldados que se encontravam nas janelas fronteiras. O Rubens (1.2), como artilheiro que era, contou-nos, que de fato, havia amarrado o seu cavalo no Obelisco, na Avenida Rio Branco, tal como tinha sido realizado por muitos outros gaúchos, em cumprimento pelas promessas que tinham feito, ainda, na terra natal.

Como curiosidade, no dia 3 de outubro de 1930, com 12 anos, 5 meses e 17 dias,  estava eu fazendo a minha  Primeira Comunhão na Igreja Santa Teresa. Nesse dia, todos nós voltamos, de taxi, para casa, muito apreensivos. A revolução gaúcha tinha estourado.

Muito tempo depois, embora da primeira parte tenha figurado somente como testemunha, eu mesmo, sem qualquer objetivo, simplesmente, comecei a acrescentar alguns dados naquela pequenina árvore genealógica; aqueles que me eram trazidos por parentes, os mais curiosos, por já terem ouvido falar da mesma árvore;  ou então, por mera iniciativa própria.

Colaborações

Agora, menciono um trabalho, que minha sobrinha Maria Lucia (78.32), trouxe de Recife, por organização da firma Dimarco Representações, de Marcos Góis, Caixa Postal 4083, CEP 51.02, com selo timbrado.

É um belo trabalho sobre a origem dos Sousas. Dos que eu já havia tido conhecimento, entendi e considerei um dos melhores e o que bastante minúcia apresentava.

Desse documento, julguei ser indispensável destacar a sua parte inicial:

“SOUSAS:- Família das mais antigas e ilustres de Portugal, que teve origem nos Reis Godos, como deduz os genealogistas em gerações seguidas, até o primeiro apelido De Dom Gomes de Echines”, cavaleiro dos princípios do Século XI, governador da comarca de Entre Douro Minho, Senhor de Filgueiras, junto a Pombeiro, lugar que comprou de Paulo Muniz no ano de 1040, do Couto de Dorneles, das honras de Novelas e Louredo, fundador do Mosteiro de Pombeiros, onde jaz, nasceram vários filhos, havidos com sua mulher Dona Controde Muniz, a qual era viúva e filha de Dom Múnio Fernandes de Touro, filho do Rei de Castela, Dom Fernandes, “O Magno”, e de sua mulher Dona Ximena.

Entre os filhos, o sucessor foi Dom Egas Gomes de Sousa (nascido em 1035), o primeiro que trouxe esse apelido, tomado da terra do mesmo nome, Sousa. Foi o Senhor da Terra de Sousa

Entretanto, não fui bem sucedido com uma tentativa feita, por carta, e, na qual focalizei um ponto conflitante, na opinião de meu irmão Oswaldo, dúvida por leitura do que constava num livro. A “tia” Maria Jerônima seria, a seu ver, a focalizada.

A carta foi feita, tendo em vista a informação da excelente memória da prima Eulina (1.1) pela prima Marina (9.9), lá no Rio Grande, filha da tia Manoela (9) ,quando trocávamos, por telefone, notícias sobre os nossos familiares.

Por ter sido a última detentora de um sabre paraguaio, que não deixa de ser a representação de um troféu, conquistado com uma grande “mui grande” valentia.

Foi conseguido, depois de uma luta, corpo a corpo, das mãos de um tenente paraguaio. E, segundo a memória da família Sousa, com muita garra, quando um tenente paraguaio, com sua patrulha, veio confiscar o gado; que naquela hora, era sua única fortuna, embora estivesse muito bem escondida, era o que restava na fazenda da “tia” Maria Jerônima, lá no Rio Grande do Sul.

Resta esclarecer que o termo usado, na ocasião, foi que os paraguaios “saíram às carreiras”. E que, um soldado foi ferido, e o tenente em tom bem alto bradou:- “Que era muito desonroso matar uma mulher valente”.

Esse sabre paraguaio, o meu pai (7) recebeu de presente (pelo Correio), da irmã tia Emma (1) já idosa e doente. E também, o que foi enviado, dentro de uma caixa que continha folhas de papel fino, com anotações ilegíveis. Era uma faixa colorida, (certamente usada pelo tenente paraguaio, quando Ajudante de Ordens), e um quepe (na forma de boné). Tudo, como troféu, meu pai (7) entregou ao meu irmão Oswaldo (78.5). ( por ele ser militar).

O que foi recebido, foi enviado em péssimo acondicionamento, tal como era guardado, e certamente, conservado, lá o Rio Grande do Sul.  Lembro-me bem desse fato. (eu e Oswaldo (78.5) abrimos o embrulho).

Até hoje não sei qual o motivo de não ter recebido resposta de minha carta, datada em 8 de junho de 1988 à prezada prima Eulina (1.1), na qual continha:- ” Tomo a liberdade de enviar um envelope devidamente preenchido para facilitar  a remessa da resposta “.

O mesmo sabre paraguaio, sempre se encontrava pendurado na parede da sala do apartamento do meu irmão Oswaldo de Souza (78.5), em Niterói. Tenho uma fotografia desse fato. Como curiosidade, em sua lâmina esta gravado:- “Non me saques sin razon, non me embanhes sin honor”.

Ele foi colocado em lugar de destaque, ao lado de um quadro que contem todas as medalhas, as quais o Coronel Oswaldo (78.5), como sempre foi chamado, fez jus durante sua brilhante carreira de oficial do Exército Brasileiro; inclusive às relacionadas com a Segunda Guerra Mundial, como Tenente da FEB (Força Expedicionária Brasileira), atuando na Itália, com muita bravura. Em luta corpo a corpo, foi ferido á baioneta, quando estava em cima de uma casamata alemã.  Foi citado em um dos capítulos do livro Crônicas de Guerra do Coronel Olívio Uzeda (páginas 146 a 151-Biblioteca do Exército-1952), como:- “bravo e decidido tenente Oswaldo de Souza.” Seu nome está grifado com Z erro na feitura da certidão, como já disse, desde 30.06.1920, data de seu  nascimento, e não corrigido até 31.08.2002,  data do seu falecimento.

Um outro trabalho, e que me foi trazido por um bom amigo e vizinho, servidor da Casa da Moeda, que já é falecido. É, provavelmente, o melhor dos seis livros que ele me emprestou, é o que consta da capa “Casa da Moeda- Ano VI -N. 31 a 36 – janeiro a dezembro – 1952”. O autor chama-se Severino de Novais e Silva e ali pode ser lido:- “são informações que, em geral, não são encontradas em livros didáticos, muito especialmente as que mais de perto interessam ao espírito e finalidade desta seção da Revista, isto é a Heráldica”.

Assim, entre outros, ele destaca em Martim Affonso de Sousa:- “Primeiro Colonizado e Donatário do Brasil, como nobre, como capitão-mor e governador das terras do Brasil, como descendente dos Sousas”; cita ainda qual a tríplice missão recebida de D. João, III, 15° rei de Portugal, quando designado para o Brasil, quando veio, ele Martin Afonso de Sousa, com sua armada, partindo do Tejo, no dia 3 de dezembro de 1530:-
1ª) escorraçar os corsários franceses ,
2ª) descobrir terras e fazer a exploração de rios dentre estes, se possível o da Prata, e
3ª) estabelecer núcleos de povoamento europeu.

Com tantas particularidades, fizeram com que, parte desse trabalho, fosse considerada para ser incluída nessa minha narração dos fatos.  E, não é demais recordar que naquela época a viagem de Portugal ao Brasil (Pernambuco) era de setenta e seis dias, no mínimo.

A origem do apelido Sousa

O apelido Sousa, provém segundo alguns autores, de um pequeno rio, com umas 9  (nove) léguas de curso, existente em Portugal, no distrito do Porto, o qual já era mencionado em documentos antigos, do século X, sob a denominação de SAUSA, em latim bárbaro.

Conta-se que uma família daquela região “adotou”, como apelido da mesma, o nome do rio, mas com grafia modificada para SOUSA”.

Um filho bastardo de D. Afonso III, o Bolonhês, 5° rei de Portugal (1210-1279) chamado Martim Afonso, apelidado o “Chichorro” (homem de baixa estatura), casou-se com a herdeira da Casa dos Sousas, passando então os seus descendentes a usar o apelido Sousa.  Martim Afonso de Sousa descendia desse ramo, de Martim Afonso Chichorro, também chamado “Sousas do Prado”.

Por informações, agora, obtidas no site: htt ://assisbrasil.org/genearca.htmi, temos:

Origem do sobrenome Souza

A origem do nome de família Sousa em Portugal, Brasão de armas dos Sousas, ancestrais da família Assis Brasil. Resumo:- O sobrenome de Sousa, ou Souza, pertencente a uma das mais antigas e nobres famílias portuguesas, é, classificado como sendo de origem habitacional. Este termo se refere aos sobrenomes dos quais a origem se encontra no lugar de residência do progenitor da família, seja uma cidade, via ou lugar identificado por uma característica topográfica. No que diz respeito ao sobrenome Souza, este é variante de Sousa, o qual se originou durante o reinado dos Godos.  Um cavaleiro de nome GOMES ECHIGUES, que viveu durante o século XI, foi governador do distrito de entre Douro e Minho e possuiu o título de SENHOR DE FELGUEIRAS, domínio que adquiriu em 1040.  Um dos seus filhos, EGAS GOMES DE SOUSA, Senhor de Sousa, Novelas e Fegueira, foi o primeiro a usar o sobrenome, o que indica que ele residia ou possuía terras no lugar de nome de Sousa. Embora Sousa e Souza sejam escritos de forma diferente, considera-se que são apenas grafias distintas para o mesmo sobrenome de família. A origem da palavra SOUSA ou SOUZA, é um sobrenome de origem geográfica, originário de um rio e de uma povoação de Portugal. A sua origem, segundo CORTESÂO, com dúvidas, vem da baixa latinidade SOUSA, SAUCIA ou SOCIA, SOUSA, forma documentada no ano de 924, SOUZA, com a letra Z e SOCIA, documentada em 1088. Segundo LEITE DE VASCONCELOS.  A palavra veio do latim SAZA ou SAXA, que significa seixos (ou rochas), o que traz dificuldades fonéticas. Outros derivam de SALSA, donde vêm Sousa e Souza, o que não apresentam dificuldade fonética. CORTESÃO faz diferença entre Sousa, nome do rio, e Souza nome da povoação, derivando aquele de SAZA, e este de SOCIA. É também o nome de uma espécie de pombo bravo que, no século XI, foi registrado como SAUSA (Antenor Nascentes) ( II  286).

Curiosidade sobre a grafia Sousa

Transcrevo, agora, algumas anotações feitas por mim, há muito, muito tempo mesmo, não sei a razão e nem tão pouco as fontes.

SOUSA- Cidade do sertão do Estado da Paraíba, limitando com o município de Cajajeiras.

SOUSA- Espécie de pombo bravo, também conhecida por seixa.

SOUSA - Variedade de pêra. Fruto da pereira esverdeado (palavra usada especialmente na província, em Portugal.

SOUSA - Freguesia do Conselho de Filgueiras no distrito do Porto, em Portugal. (Com 537 habitantes).

SOUSA - Povoado do Conselho de Condomar, que é uma vila e cabeça do Conselho e Distrito do Porto

SOUSA - Rio de Portugal. Um dos seis afluente da margem direita do rio Douro. Ele tem 48 quilômetros e abastece de água a cidade do Porto, em Portugal.

SOUSA - Família das mais antigas e ilustres de Portugal que teve origem nos reis Godos (Visigodos), como deduzem os genealogistas em gerações seguidas até o primeiro apelido. (Dom Egas Gomes de Sousa).

Heráldica dos Sousas


         Embora haja concordância nas palavras que descrevem as armas dos Sousas (antigas), na apresentação das figuras acima se observa pequena diferença. Esse timbre (pois esta fora do escudo) caracterizando alguma honraria de origem muito antiga, já que, até agora (não li nem vi) nenhuma referência específica. O metal heráldico prata simboliza e são significativos de pureza, integridade, obediência, firmeza, vigilância e eloquência. A cor vermelha (goles) denota fortaleza, vitória, ousadia, alteza e ardil. Os crescentes significam vitórias. 

A “Nobiliarquia Portuguesa”, de Antônio de Villas Boas e Sampaio, edição de 1676, esclarece que os “SOUSAS”, procedem de Martim Affonso Chichorro,  & de Affonso Dinis, filhos Del Rei D. Affonso III que casaram com duas netas de Mem Garcia de Sousa, neto do Conde D. Mendo, o Sousão, e quem veyo ficar esta Família”.

“He solar desta Família a Villa de Arrisana de Sousa que fundou D. Fayão Soares tronco deste apelido. Sam Sousas os Marqueses de Arronche, os Senhores de Gouvêa & outros Morgados”.

Com relação às “Armas dos Sousa”, Villas Boas diz que:-“ os que descendem de Martim Afonso Chichorro esquartelam as quinas de Portugal com as armas de Leão”: -( como timbre um leão das armas com uma grinalda sobre a cabeça, de prata, florida de verde).

Os que procedem de D. Afonso Diniz trazem as mesmas quinas esquartejadas com quadernas de meias-luas e, com timbre:- (um castelo de ouro, lavrado de negro). Estes descendentes, foram alcaides - mores de Arronches e, por isso, são chamados os “Sousas de Arronches”.

Parece que as primitivas armas dos Sousas eram as luas, às quais, posteriormente, juntaram os leões rampantes, pela sua ascendência porvir também dos reis de Leão; as quinas, por descenderem dos reis de Portugal.

O ilustre heraldista e estudioso destes assuntos, Major Santos Ferreira, no seu Harmorial Português nos dá, sobre a matéria, uma versão mais acessível e moderna com relação heráldica dos Sousas. Assim ele nos descreve as armas dos principais ramos da família dos Sousas:

1)     Brasão antigo: De vermelho, com uma quaderna de crescentes, de prata.
2)     Sousas de Arronches ou de Afonso Diniz: 1 e 4, de Portugal antigo; 2 e 3 de vermelho, com uma quaderna de crescente.
3)     Sousas do Prado, ou de Martim Afonso Chichorro : Escudo esquartelado 1 e 4, de Portugal antigo; 2 e 3, de prata, com um leão de púrpura.
4)     Sousas descendentes de D. Gonçalo de Sousa,  Mestre da Ordem de Cristo; Escudo esquartelado: 1 e 4, de Portugal antigo; 2 e 3, de prata com um leão de púrpura e ainda, brocaste  sobre o esquartelado e firmado nos bordos do escudo, uma cruz da Ordem de Cristo

Consta do Armonial Português, de Santos Ferreira, página 301, além da demonstração minuciosa de cada um, com relação aos brasões, o seguinte:-

1344-Sousa.......... Antigo.
1345-Sousa.......... De Arronches ou de Afonso Diniz.
1346- Sousa.......... Do Prado ou de Martim Afonso Chichorro.
1347-Sousa.......... De Gonçalo de Sousa Mestre de Christo.
1575-Sousa.......... De Arronche.
1576-Sousa.......... De Cordova.
1577-Sousa.......... Do Prado.
1578-Sousa.......... Deiró.
1579-Sousa.......... Feio.
1580-Sousa.......... Mesquita.

Eis as razões de eu sempre ter, como “origem”, e de “direito”, mostrar para terceiros, o que figura como as armas antigas dos Sousas (1).  Todavia, Tiago Galhardo de Sousa (78.3.31), com pouca idade, o único filho do meu primo Paulo Roberto Faria de Sousa (78.3.3), (  diga-se de passagem que este também é Dentista), julgou ser mais “o mais bonito”, de todos os desenhos que eu tinha feito, aquele que representava os Sousas do Prado. Eu o presenteei, dizendo que não era possível esclarecer melhor, justamente, o que ele havia escolhido.


Sousas da Espanha

No “Nobiliário Espanhol” de Júlio de Atiensa, Madrid, 1948, com relação aos Sousas, da Espanha, lemos o seguinte:-
 “Sousa” - Oriundo de Portugal. Una rama se estableció em Córdoba. Probó su nobleza em las Ordenes de Calantrava (1805) y San Juan de Jerusalém (1757) y la Real Compañia de Guardias Marinas (1753 y 1760). Suas armas  :-´’ Em campo de oro, quatro fajas de gules” 

Pesquisas feitas

O assunto, agora, está se tornando mais complexo, o por isto devo esclarece melhor. É aquele resultante das minhas pesquisas feitas na Biblioteca Nacional. Naquele tempo, que não existia o ”Google” de hoje. O uso de palavras muito pouco conhecidas, como exemplo: parassematógrafo.

Parassematógrafo é aquele que é perito em parassematografia. Um heraldista o que trata de heráldica. E, heráldica é a arte ou ciência dos brasões. Ou melhor:- Heráldica é a ciência que estuda os brasões e possibilita compor ou interpretar as armas e demais distintivos de nobreza. Para alguns estudiosos a origem dos brasões é anterior ao tempo das cruzadas. Há um selo de Robert I. Conde de Flandes, aposto em uma carta em 1072, no qual esse nobre aparece a cavalo, sustentando nas mãos uma espada e um escudo com a figura de um leão.

Em Portugal o mais antigo é o chamado ”sinal redondo de D. Affonso Henriques”, afixado em pergaminho datado de 1183.  Para muitos, todavia, data do tempo das cruzadas e só começou a ser codificada em fins do Século XIII.   As competições e as justas (combate de dois homens armados de lança), os nobres desportos da sociedade medieval, obedeciam a um rito. Seus cavaleiros, com os seus ornamentos davam colorido aos torneios que disputavam.  O termo “brasão” nasceu do alemão balassem (dar cor). Brasão é, pois um emblema ou insígnia convencional adotado como sinal distintivo. No início era para distinguir o militar ou o indivíduo. Servia para que fosse identificado, de pronto, num torneio ou numa batalha, aquele que tinha a cabeça totalmente coberta por um elmo (capacete).

Assim, o brasão tornou-se hereditário de uma família. Podia também distinguir uma comunidade, uma ordem de cavalaria ou até uma ordem do mérito. Em alemão “Herald” significa mensageiro militar. Esse oficial tinha que reconhecer, de pronto, as divisas, sinais, símbolos e armas dos combatentes. Ele era também, encarregado de notificar as declarações de guerra. É por grande número, entendido que, a raiz comum das insígnias é uma cruz que os cavaleiros usavam às suas costas (armadura de couro retorcido ou de malha de ferro que cobria a capa) nas lutas, pela reconquista do Santo Sepulcro.

A heráldica tem uma série de leis que regem a composição, o emprego, a transmissão e a conexão dos brasões, com títulos e genealogia. As dimensões do escudo respeitam a proporção de seis de altura por cinco de largura. Dá-se o nome de “esmaltes” aos metais, cores e peles que ornamentam o campo do escudo ou as figuras.  A prata é significativa da pureza, integridade, obediência, firmeza, vigilância e eloquência. O ouro simboliza nobreza, magnamidade, riqueza, poder, luz, constância, sabedoria e se expressa graficamente pelo amarelo. A cor vermelha (goles) denota fortaleza, vitória, ousadia, alteza e ardil.  A cor azul (blau) representa justiça, céu, verdade, lealdade, caridade, e formosura. A cor verde (sinople) denota esperança, fé, amizade, serviço e respeito. A cor preta indica prudência, tristeza, rigor e obediência (sable).  A cor púrpura (violáceo) embora não seja verdadeiramente heráldica significa grandeza e sabedoria. Ao campo branco ou de prata pontilhado de pequenas manchas negras, dá-se o nome de arminho (peles). Essas manchas significam a inclinação pelas viagens por terra ou por mar; e também representam a pureza. Dá-se o nome de veios a certas copas ou vasos de vidro que aparecem em heráldica, na forma de sinetas, sempre azuis ou de prata. Os veios constituem sinais de dignidade. Mudam o nome para contra-veios quando o metal é oposto a um outro, e uma cor é oposta a outra. São utilizadas hachuras (linhas de sombra) quando o desenho não é colorido. O ouro é marcado por um pontilhado. A prata permanece em branco. A goles (cor vermelha) é representada por traços verticais. O azul por traços horizontais. O sable (preto) por um quadriculado; e o sinople (verde) por riscos diagonais de destra para sinistra (do brasão), e a púrpura por diagonais em sentido contrário.  Os grupos de figuras admitidas em heráldica são quatro.

(I)-Figuras próprias ou heráldicas (cruz, banda, barra, barra filete, anéis, etc ).

(II)-Figuras naturais tiradas da natureza (9 grupos) astros, elementos e figuras humanas, quadrúpedes, aves, répteis, insetos, peixes, plantas e minerais).

(III)- Figuras artificiais (objetos usados nas cerimônias sagradas, profanas, objetos bíblicos, de música, de caça, pesca ou navegação).

(IV)-As figuras quiméricas simbolizam animais fantásticos que inexistem na natureza (centáuros, minotauro, serídia, etc.).

O escudo é a parte essencial dos brasões, porem restrita. O grau de nobreza e dignidade de seus possuidores é indicado, em ornatos exteriores (coroas, coronéis, elmos, insígnias e coronel [coroa que remata a parte superior do escudo]).

Para melhor entendimento dou algumas palavras usadas normalmente:

Caderna:- reunião de quatro peças semelhantes, em um escudo.

Quina:- cada um dos cinco escudos que figuram nas armas de Portugal.

Ponta. Esquina:- esquartelar: ( dividir o escudo em quatro partes).

Escudete:- escudo pequeno.

Besantes:- Rodela semelhante à moeda, lisa, que não se põe nos escudos de armas.

Sautor:- Figura formada por dois objetos dispostos em X ou de maneira que imita a cruz de Santo André.
Fiozinho:- Insígnia heráldica em forma de filete.

Timbre:- Insígnia apensa exteriormente ao escudo.

Bordadura:- Orla. Ornato que limita a superfície, a beira.

Quaderna:- Objeto composto de quatro peças em quadrado.

Já mencionei que, há muito tempo, que eu frequentava a Biblioteca Nacional com o objetivo de conseguir melhores esclarecimentos para colocar na sequência de fatos que aqui transcrevia. Todavia não mencionei as fontes. Uma delas, bem importante, é a que tem por título “Brasonário de Portugal” do autor Matos Armando. Posso esclarecer que solicitei esse livro, indicando o catálogo 23.4.6 no dia 21.11.89. Eu não sei a razão dessa requisição não ter ficado na Biblioteca Nacional. Hoje em dia é diferente, estão modernizadas, as requisições são feitas, por exemplo, por intermédio de computadores.

Para não esquecer, se observarem um traço negro em um brasão é um sinal obrigatório de que o brasão foi concedido a um filho bastardo. Por exemplo,  o que foi concedido pelo 5º Rei de Portugal ( D.Affonso ) , pois, o Rei “admirava” mais o filho bastado, do que o natural.  Este, mais tarde, o 6º Rei de Portugal, ou seja, D. Diniz “  O Lavrador”(1261-13250.

Para um melhor confronto poderão ser consultados diversos livros a respeito do assunto, ou assuntos, que foram focalizados nesta pequena estória.  Exemplos:- Armonial Português, de Ferreira; Brasonário de Portugal, de Armando Mattos; O Arquivo Heraldo Genealógico, de Sanches Baena; Armaria Português, de Bramcaps Freire.  A Heráldica dos Bastados Reais Portugueses, de Mattos Armando; Resenhas das Famílias Titulares e Grandes de Portugal, de Pinto Albano e Antero da Silveira; Livros e Brasões copiados de varias peças de louças, de Souza Augusto e Cesário de Campos;  A Heráldica Literária, de Vitória Franscisco Marques de Sousa;  Brasões da Sala de Cintra, por Bramcan Freire (Coimbra 1921-Vol. 1) e muitos outros.

A carta brasão de armas mais antiga foi mandada passar a Gil Simões (irmão do escudeiro Vicente Simões) por El-rei Dom Duarte (11° Rei de Portugal “O Eloquente”) em 1433.

Como Rei de Armas de Portugal existiu Pedro de Sousa e exerceu o cargo de 30.6.1755 a 25.6.1760.

Das cartas de brasão d’armas de 2.452 famílias que, em Portugal as requereram e obtiveram, há notícias histórico-heráldicas, genealógicas e a explicação das mesmas famílias em um índice heráldico.

Em tempo oportuno abordarei o assunto relacionado com a Segunda Grande Guerra, que foi deflagrada em setembro de 1939, e depois de alguns meses , em 1942, o Brasil acabou entrando na guerra ao lado dos aliados. Lembro-me que nessa época meu irmão Francisco (78.3), como Dentista tinha sido convocado para prestar serviços junto a FEB, ( e por isso mais tarde  recebeu elogios e ua medalha),  Eu tinha sido convocado. Meu irmão Oswaldo (78.5), como aspirante estava integrado na FEB,

Em nossa janela, na Rua Batista das Neves n. 40, tal qual acontecia em muitas outras, havia um emblema do 5º Exército Americano e o da Cobra Fumando que representava a FEB do Brasil. Ambos tinham sido confeccionados por mim, enquanto aguardava o meu embarque.(não sabia para onde iria). Lembro-me que, na despedida, meu pai levou-me de taxi ao R.A.A.Ae.


Até hoje ao me recordo do nosso “bota-fora”. Eu muito orgulhoso e ele sacudindo a sua mão direita. Foi em Realengo, perto do Regimento Sampaio, do qual, muito mais tarde, meu irmão Oswaldo (78.5) seria o Comandante, e lá também seria homenageado pelo maestro Souza, com uma marcha marcial, denominada “Coronel Oswaldo Sousa”.


Posteriormente, ou melhor, depois de passado o tempo do “Comando Militar”, o Coronel Oswaldo exerceu diversos cargos em quase todas, as Secretarias do Ministério da Guerra. Foi também o Diretor da Sunab e Delegado Regional da Polícia Federal. As minúcias, fatos relevantes e particularidades de cada setor, acho eu, que deveriam ser por ele relatadas.  Agora, não é mais possível.  Sua firmeza de carácter e integridade moral sempre estarão presentes.

Não ouso dar, aqui, meu testemunho e minha interpretação sobre isso.  Mas não posso deixar de mencionar o motivo, injusto, de sua transferência, muito antes, para servir em Caruaru, bem como, suas providências e ideias, nunca entendidas por quem, lá no norte, poderia ter minimizado os sofrimentos, principalmente, a falta de água, e sistemas de abastecimento.

Pequenos exemplos para muitos, mas sem importância, para quem poderia ter solucionado, ou mesmo contribuído para soluções de importantes problemas do nosso Brasil, Isto a mais de 50 anos.

Todavia, meu irmão Oswaldo requereu e obteve um pequeno adiantamento na Região. Comprovou a aquisição de um caminhão, comprovou e contratou um motorista, comprovou e adquiriu toneis, etc... E, assim, todos, sem pagar nada, tiveram suas caixas d’água sempre cheias. E, Oswaldo fez questão de recolher, o saldo do adiantamento, na Região.


Depois de ter sofrido o desastre, ter tido alta do H.C.E. , em 6.7.43, recebi telegrama de meu irmão Oswaldo, (que guardo até hoje,) foi em 28.Set.43. Veio de João Pessoa, em CTN (carta telegráfica noturna). Tinha eu, em Recife, desde o início, alugado um quarto, de frente, para dormir, mudar de roupa, almoçar e jantar. Era situado bem perto do quartel.  O texto do telegrama: Dado boletim Ministério da Guerra, número 214 tua transferência para Quartel General Rio Providencia respeito comunico resultado ass. Oswaldo


Mais dificuldades. Falei com todo o mundo. Estava com icterícia, tinha perdido muitos quilos (cerca de oito), com redução muscular, e demais “resíduos” do desastre, com alimentação especial, recomendada. Até que, tal Boletim chegou ao Regimento. E, um outro.  de n. 1.526-S que autorizava a minha volta ao Rio, todavia pelo Rio São Francisco. (Naquele tempo a alimentação nas balsas-navio era um pedaço de rapadura, e só. E, de seis a oito dias de viagem .Minha sentença de morte estava decretada...

Então, pedi autorização do Comandante do Grupo para falar com o Comandante da 7ª Região Militar (Era da Aeronáutica- Brigadeiro Eduardo Gomes que mais tarde seria candidato a Presidente da República e que hoje o seu coração está acondicionado em vidro no Ministério da Aeronáutica). A ele eu solicitaria permissão especial para viajar de avião, dado o meu estado de saúde. Se viesse pelo Rio São Francisco, provavelmente,  morreria. Resultado: Resposta do Brigadeiro:- “Praça não viaja de avião”.

Desiludido, voltei ao Regimento e lembrei-me de que, recentemente, havia sido terminado o campo de aviação americano, em Ibura-Recife. (Os locais de guarda dos aviões haviam sido cavados em rocha bruta). E, tinha tido diversos entendimentos com dois filhos de ingleses (o cabo Armem Hohanian e com o Tenente da Reserva, Convocado, John Lues Marquense Smith). Este último requisitou um jipe e fomos ao campo de aviação dos Americanos.  Para abreviar: Pergunta a mim pelo oficial americano: “A que horas o Senhor Deseja viajar? ”Eu respondi: A hora que o Senhor determinar, mas eu tenho que entregar o material em meu poder ( era um saco, uma mochila, um cantil, paus de barraca, e a barraca). E, a parte mais interessante dita pelo Oficial Americano: “Então volte e quando chegar embarcará  no primeiro avião para o Rio”.

“Quando retornei, vim no primeiro avião Douglas Bimotor, ao lado de General e de Capitão,  muito contente, lembrando de que: “No avião americano ‘praça’ podia viajar”. Cheguei ao Rio e dei tempo para me apresentar (considerando oito dias que gastaria pelo Rio São Francisco). Havia sido transferido para o Rio, não “para morrer” (as minhas únicas palavras como resposta ao Ajudante de Ordens e filho do General Presidente da República Eurico Gaspar Dutra), ainda no H.C.E., de Recife, em lugar de frutas, como os demais, que estavam internados   pediram, pois as frutas estavam “na época”.

Aqui no Rio, fui apresentado em 21.09.43, transferido por conveniência do serviço, Fui cabo do Boletim. Fui cabo do 4º Pelotão. Fui cabo da Secção Extra e voltei para ser cabo da Tesouraria

Um fato acontecido, um pouco antes, aqui no Rio, que devo mencionar:- Estava eu, com as funções de “cabo da guarda”, no Quartel General do Ministério da Guerra. Tinha lido todos os Regulamentos que, alí deveriam ser observados. Inclusive os ”severos” a serem usados quando em atendimento ao telefone:- Não deveria ser dito os nomes e nem os postos de quem estivesse em serviço.. Cumpri o Regulamento.  Porem o Capitão Claraz queria e gritava ao telefone :-para saber qual era o meu nome e qual  Tenente que estava de serviço. Não era possível, assim  dizia o Regulamento, por ter  sido esta a falha e estratégia, usada quando da tomada da guarda do Palácio  Presidencial ,na Revolução. Determinou o Capitão Claraz :-  que eu  fosse chamar o Tenente da Guarda. Acontece que o Tenente havia ido   à Companhia; que era longe.  Chamei então o Corneteiro e  ele tocou:- “ Tenente  da Guarda Urgente- Acelerado” Na Cia informaram que o Tenente estava indo para o Corpo da Guarda. A confusão foi estabelecida, Resultado: Todo mundo recebeu, do Capitão Claraz :- a ordem de prisão.; até o Tenente e o corneteiro . Passei três dias preso, na cadeia do Regimento, em São Cristovão. Isso foi muito injusto. Falei, mais tarde, com o capitão Claraz. Ele me  deu razão, reconheceu, e  houve a  contra ordem  .Nada constou em meus assentamentos. Minha irmã Thereza e uma ótima empregada Maria, levavam-me as refeições, porque eu tinha “desarranchado” por três dias, a única observação que restou  desse período injusto.

Ainda nessa época, conduzido pelo cabo Carone e dois soldados, por ter sofrido um reflexo do acidente em Recife. Num vislumbre de situação mental afetada,  na rua, disse ao cabo Carone que eu queria telefonar para o meu pai. Foi consentido esse desejo.  Telefonei. Respondendo a pergunta de meu pai, “onde eu me encontrava? e para onde eu estava indo? O cabo Carone respondeu:- “Pavilhão Neuro-Pscopata, baixando o Hospital Central do Exército”. E isso só  ,pois, o meu pai, havia chegado ,  de taxi, e usando a sua carteira de identidade de Tenente Farmacêutico, determinou ao cabo Carone, que cientificasse ao Capitão Claraz que eu estava sendo atendido, dado a urgência, por médico particular. E isso de fato aconteceu. Por diversas radiografias,   naquele dia, foi constatada a fratura frontal, porém, com consolidação indevida, afetando o cérebro. Tive, então, que me submeter a um rigoroso tratamento médico   Injeções , de manhã, á tarde, á noite. Radiografias diária , etc. etc... E, depois, (agora posso transcrever com a máxima tranquilidade). Tive que cortar papel. Serrar madeira. Pregar  pregos pequenos, etc... Apreender novamente a Tabuada, em portugues; pois, só me lembrava da Tabuada em inglês “times-table,” que havia aprendido , quando garoto, no Colégio Anglo Americano, acompanhado,  por música ao piano, tocado pela Miss Fany.  Mais tarde, usando da minha reabilitação, fiz muitas cantoneiras, e as vendia, embora com pouco lucro.

Lembrei-me de um fato. O relacionado com a letra “S”. Foi no início de minha “carreira militar”. Na época de minha primeira apresentação. Tinha sido alertado pelo meu irmão Oswaldo(78.5)para, quando argumentasse, com  qualquer um, de patente superior, adotar o pronome “meu”.( Foi  a orientação que me salvou.) O Capitão Mourão estava preenchendo a minha ficha (Artilharia). Pergunta: Seu nome? Eu tive a audácia de soletrar: E  L  P  E... O Capitão começou a ficar vermelho e censurando-me “ Você pensa que eu sou algum analfabeto ?”Usei, então, os ensinamentos de meu irmão:- “ Perdão, meu Capitão, garanto que o senhor nunca escreveu, nem tão pouco escutou o meu nome.” Está bem, retrucou  ele ,”continuemos” . E ele perguntou: “seu sobrenome? “Sousa” respondi ; e deixei que ele continuasse suas anotações. E ele escreveu o Sousa com “Z”.

Aí, eu novamente “ Perdão, meu Capitão”, o meu Sousa  é S.O.U.S.A. E soletrei bem vagarosamente. Tinha eu vencido a minha primeira” batalha” (por ter seguido, a risco, a orientação de meu irmão). E depois, com um: =“  é dessa gente que o exército precisa”=  que o Capitão Mourão terminou a  minha ficha, isto após eu ter esclarecido:- meu grau de instrução, quais as minhas especialidades, se eu falava  Inglês, qual o meu” posto” na vida civil ,quanto eu ganhava etc...etc...

Esquema geral genealógico

Memória da Família

Julgo ser o momento de ficar consignado o fato relevante, agora focalizado, com o membro da família, cujo nome era Antônio, e como pai de nosso bisavô, tal como constou da primeira árvore genealógica.

De início, esclareço eu, que são fatos acontecidos e são relacionados com a história de Portugal, quase que posso afirmar (isto também baseado em pesquisas), entre 1750 e 1780. E, relembrados pelo primeiro Sousa, pessoalmente, que carregava consigo, muito bem escondido, os restos de uma nobreza perseguida. Serão incluídas, sempre como verdadeiras, ou então, as que mais se aproximam do que de fato aconteceu. É a parte que entendi. Nada de anormal. Em Portugal, era comum, “um nobre contra outro nobre “ Nada mais do que a memória da família.

Em Portugal, cerca do ano de 1750 e, depois da morte de João 5°, o rei José subiu ao trono, e, Sebastião foi chamado de volta á corte de Lisboa, para ser Ministro do Rei.  Em pouco tempo, Sebastião se tornou a figura principal no Estado Português.

Explico melhor:- Aquele que foi batizado com o nome de Sebastião José de Carvalho e Melo, passou a história, conhecido por seu título de nobreza:- o “Marques de Pombal”. Deixou seu nome, também, como inimigo dos padres. Governou com mão de ferro, impondo a lei a todas as classes. Acabou com a discriminação dos “cristãos novos”. Perseguiu muita gente, inclusive, quase todos os nobres. Elaborou uma reforma econômica com a criação de Companhias e Associações Coorporativas. Incomodou muita gente. Incomodou também diversas classes. Enfim, um vasto programa de despotismo esclarecido. Posteriormente expulsou os jesuítas e confiscou seus bens.

Foi um déspota, ainda, por isentar impostos para exportação; fundou o Banco Real, e reorganizou o Exército.

Todavia , quando e se o ponto analisado merecia reprimenda, ou mesmo, um castigo, era muito rigoroso. Era a morte certa, para quem estava sendo perseguido e punido. (São fatos que, se por falha, não transcrevi as palavas usadas pelo Antônio,  por que são muito semelhantes).

Por outro lado, não devemos esquecer o que, de tudo e de bom, o Marques de Pombal contribuiu para refazer Portugal,  quando em 1975,  houve um terremoto.

O que é sabido, porque Antônio sempre lembrava, é que, no ano de 1750, a sua mãe, que era uma marroquina, colocou-o,, com seus dois irmãos, lá em Portugal, (enfrentando uma situação de grande perigo), em um navio, que tinha como destino o Brasil  (R.G.Sul).     E,   Antonio estava disfaçado com uma capa preta.


Seria uma coisa normal, se não fosse o risco que havia naquele momento.  Toda a família de Antônio estava sendo perseguida pelo Marques de Pombal, e, a única salvação, imediata , era de, pelo menos,  o que sempre Antônio repetia:;- “salvar da morte,  os três membros,  nobres, da nossa família Sousa”.

Não se sabe, já que Antônio nunca quis dizer, ou explicar, ou mesmo contar, o que acontecera.  Também os nomes dos pais de Antônio foram sempre, por ele, omitidos. A nacionalidade dos mesmos não foi esquecida.  O pai era português genuíno e nobre, e a sua mãe marroquina.

Pela tradição, suponho, seu nome correto deveria ser Antônio José.

Quando alguém perguntava ao Antônio qual o seu nome, ou mesmo, se ele era nobre, ele respondia:- “eu sou,  sou, “sou Sa”. Depois ele “esclarecia: -“ que não estava mentindo”. Afinal ele respondera o que era o certo “eu sou Sa” ( com a letra- a- sem ser acentuada). E dizia que   a pronúncia era bem parecida”. A pronúncia do que ele pensava era a certa. E dava a ele, Antônio, toda a segurança. Se não era um” Sousa” “verdadeiro”. Não seria denunciado. E, ainda, ficaria livre de qualquer outra pergunta, dizia ele.

Assuntos, embora fora da sequência, porem ,  dentro da Memória de Família-Depois, de muitos e muitos dias de viagem. Um membro da família Sousa ficou no Norte (há uma cidade Sousa, no Brasil). O outro desceu no Rio, muito abatido, e nunca mais Antônio teve notícias dele. E, ele próprio, Antônio, desceu no Rio Grande do Sul.

Antônio estava vestido, ainda com uma capa preta, que indicava o último período escolar que havia cursado, em Portugal. E, o que parecia estranho, Antônio portava uma guitarra. Era moreno, com boa aparência. Era tido como muito culto e, por essa qualidade, muito solicitado. Ainda tinha como dom, uma boa e bela voz. E, como característica, somente sua.      Gostava, ou melhor, quando cantava dava preferência às cantigas de Portugal. Eram recordações, “fados” ou coisa parecida.  E todo o mundo gostava de ouvi-lo.

Embora tenha trazido muito dinheiro, o que lhe garantia tudo o que necessitava, este foi de i fato, o seu “ganha- pão”. Garantia, até certo ponto. Também, cantava e, sempre, ganhava dinheiro num pequeno local, não determinado. Isto acontecia, porque aguardava, apaixonado, e com muita ansiedade, um, novo contato, muito esperado.   Com o seu “patrão portugues” (nome desconhecido e como Antônio o tratava).  Contato esse, que um dia chegou, com grande alegria (o que Antônio sempre dizia).

Era um membro de nossa família, o mesmo que da primeira vez. Aquele que lhe garantira um ótimo emprego, com a finalidade de continuar e reforçar a lida da criação de gado; que estava aumentando muito, na sua fazenda.

E dessa vez, o contato veio só. A sua “amada” ( pela qual Antônio estava apaixonado),  não veio. .Ela era uma moça muito bonita. Ao que tudo indicava, seria, dentro de pouco tempo, a nossa trisavó.  Seu nome não sabemos  qual era.  Não ficou registrado em parte alguma. A prova do casamento também. Os nomes dos pais de Antônio, (a mãe nascera em Marrocos) não foram citados; nem tão pouco o nome da nossa trisavó.  Digo, hoje, “lamentavelmente.” Nada mais posso acrescentar. Como já disse e repito:- se o relatado não é a verdade,  é o que mais dela se aproxima.

E, para finalizar, com as minhas conclusões:-

Ali mesmo, o atual magnífico Rio Grande, ou então, na antiga fazenda em Taquarembó, no Uruguai, Antônio, que passou a ser nosso Trisavô, certamente, casou-se com a bonita moça, pela qual ele se apaixonou, ao conhece-la.  Paixão sempre correspondida, pela nossa Trisavó e, ao que tudo indica, era a “parenta”, mais nova, do seu “Patrão “Potugues” ou “Patrício”  (como Antônio o chamava). Levando a sua vida normal, com a proximidade de nossos parentes. Com o título de “pai “de nosso bisavô, o brasileiro , de nome Bernardo José  de Sousa., o primeiro filho do casal. Ou, então, o nosso “nobre trisavô”, tudo de acordo com a memória da família e que, também figura  na   primeira e pequenina arvore genealógica, da qual fui testemunha, apenas com dose anos de idade.

Árvore genealógica

O nosso pai, o Dr. Sousa (7) foi o sétimo filho e tinha dez irmãos; e a nossa mãe, Dona Sarita (8), a oitava filha e teve nove irmãos. Em conseqüência, na árvore, tem o lugar identificado, como todos, diferenciados por números.

Esta classificação dará margem para o comando do computador de todos os dados cabíveis de cada um de nossos parentes, com a possibilidade de acrescentar, retificar, etc. sem que seja refazer o serviço datilográfico, em máquina de escrever, como eu estava fazendo.

Fica a ideia, e quem dele se encarregar poderá segui-la, certamente melhorar, e provavelmente, simplificar o meu próprio e minucioso exemplo:-

78.4 – Elpenor de Sousa

Registrado na Primeira Pretoria Civil do Distrito Federal fls 1765, livro 99, sob o número 574. Constata-se o nascimento às 8 ½ horas de 16 de abril de 1918, na Rua Evaristo da Veiga  45. Foi parto normal assistido por parteira. (minhas desculpas por não ter guardado o seu nome) (não havia hospitais próprios e estávamos no final da Primeira Guerra Mundial). Filho legítimo de José Bernardino de Sousa Sobrinho, natural do Rio Grande do Sul, e de Sara Dias de Sousa, natural de Pelotas. Avós paternos:- Fábio José de Sousa e Eulina Paiva de Sousa; e avós maternos Manoel Jacinto Dias e Anna Thereza da Luz Dias. Como testemunhas Oswaldo Dias (2c) e João Nolasco de Souza. A certidão foi lavrada em 20.04.1918 e assinada sob o selo de 300 reis pelo escrivão juramentado Augusto Mosa de Castro. Nota-se que, nessa certidão todos os Sousas foram grafados com Z.

De acordo com a certidão de batismo da Igreja São José, Paróquia de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, consta no livro 38 às fls. 36, o termo:- Elpenor, filho de José Bernardino de Souza e de Sara Dias de Souza, nascido aos 16.04.1918 foi batizado aos 27 de julho do mesmo ano, sendo padrinhos Elpenor Leivas e madrinha Anna Thereza de Souza. Destaco nesta parte as seguintes observações:- Era o dia do quarto aniversário de minha irmã Anna Thereza, “Natereza”, como era chamada por nós. Tinha eu 3 meses e 11 dias. Foi omitido o Sobrinho ao sobre nome de meu pai; e o Dias no sobrenome da minha irmã. Foram grafados com Z todos os Sousas. Tudo isso foi observado em um singelo documento.

Atualmente os livros são arquivados na Catedral Metropolitana- Arcebispado do Rio de Janeiro (R.J.Brasil), e nos documentos oficiais é posta a chancela de N.S., do Carmo da Antiga Sé. Isto só foi constatado em 5.10. 1978, por certidão solicitada pela Nadyr, minha primeira esposa, e que veio assinada por Moser Vital. Certidão essa, que foi um dos comprovantes encaminhado ao Papa, em Roma, para que viesse a ser concedida a licença para o nosso casamento sacramentado, que foi realizado na Igreja de Santana, em 26.09.1980, pelo Padre Estanislau. Minha irmã Thereza (78.2) e nossa sobrinha Teresinha (78.2.1), estiveram presentes ao ato. Nadyr conservou até sua morte um álbum de fotografias do evento. Foram nossos padrinhos, os então amigos, Pelágio Ribeiro, já falecido, e sua senhora D. Branca. Nossa madrinha tornou realidade um dos maiores desejos da Nadyr. Voltar a confessar-se e a comungar, o que ela fez com muita alegria.

A minha primeira comunhão foi feita na Igreja de Santa Therezinha, no dia 03.10.1930, no Rio de Janeiro. Nesse dia, no Rio Grande do Sul, estourava a “Revolução Constitucionalista de 1930”, sob o comando do Dr. Getúlio Dorneles Vargas, e eu estava com 12 anos, 5 meses e 17 dias.

As primeiras letras foram ensinadas pelos meus pais, e mais tarde, tal como acontecera com os meus irmãos , por uma professora gaúcha, de nome Maria Candiota. De acordo com a memória de meu irmão Oswaldo, chamávamos de D. Mariasinha, que tinha uma irmã de nome Odaléia. Havia na Rua Evaristo da Veiga n.45 (uma casa com porão e sobrado) uma cadeira escolar bastante sofisticada, que ficava em lugar destacado, na sala de jantar. Assentada numa prancha de madeira, com pés de ferro reguláveis. Recordamos, eu e meu irmão Coronel Oswaldo, recentemente, (outubro de 2000) e existência de um “buraquinho” que ficava na parte de cima, à direita, e onde colocávamos tinta, sempre num recipiente redondo. Por diversas vezes tivemos que trocar as capas de papel, (parecidas com o atual “impermeável”,) de nossos cadernos e livros.  A maneira de colocar a tinta não era muito correta, tinha falha e, às vezes, na “pontaria”.

Em 1928 fui matriculado no Colégio Anglo- Americano (British American School) com a sigla BAS para cursar o Curso de Inglês. Meus irmãos Thereza e Francisco também ali estudavam(Cursos Normais). Era um dos melhores estabelecimentos de ensino do estão Distrito Federal, talvez o mais caro. Dirigido por Miss Coney. Ao que tudo indica, tinha sido eu, o único escolhido para, mais tarde, continuar meus estudos nos Estados Unidos, como era norma da família de meu pai. O Dr. Sousa, por exemplo, após completar seus estudos nos Estados do Rio Grande do Sul e de São Paulo, e depois de formado (Cirurgião Dentista e Farmacêutico) foi a Pensilvânia, e lá, na Universidade de Penspolônia, obteve o diploma de “Post Graduation”.

Assim, dos meus nove aos onze anos, fui um bom aluno da Classe Inglesa; pois era um dos poucos brasileiros ali matriculados. Tinha uma colega, de nome Maria José de Carvalho Mendonça, cuja família era muito conhecida por todos. Tenho uma fotografia ao lado de Armen Ohaniam, irmão da Olga e Eunice, colega do Anglo Americano e colega de farda em Recife de 1943.

Por certidão datada de 3.1.1931, de n° 20, passada pelo General Bernardino Vieira Lima, como Inspetor, sob estampilhas de 1000 réis, consta que Elpenor de Sousa, filho de José Bernardino de Sousa Sobrinho, natural do Distrito Federal, com 12 anos foi considerado promovido, nas matérias de admissão ao primeiro ano do Curso Secundário, de acordo com o Decreto de n° 19.404 de 14.11.30.

Lembro-me de alguns fatos relacionados com 1930. Quem continuava como responsável, pela condução dos irmãos Sousas, agora em número de quatro, era minha irmã Thereza(78.2). Íamos de bonde e tínhamos que atravessar a Rua Evaristo da Veiga para pega-lo na esquina, com a Rua Senador Dantas. Saltávamos em frente ao colégio na Praia de Botafogo, e se não me falha a memória, era o de nº 432.

Nesse tempo, eu e meu irmão Francisco de Paula Sousa (78.3) éramos escoteiros.  Eu com 12 e ele com 15 anos. Eu era monitor e ele guia na U.E.B, (União dos Escoteiros do Brasil) do B.A.S. . Uma fotografia (preto e branco) é a prova de um acampamento que fizemos na cidade de Correias, em janeiro de 1931, com anotações feitas minha irmã Tereza (78.2). Boas recordações. Entre elas o prêmio de uma medalha “Honra ao Mérito” ganha em decorrência da aprovação de meus dotes culinários. Um lauto almoço feito no acampamento para todo o grupo de escoteiros. E, ainda, por uma anedota que contei. Aquela do papagaio que depois de jogado no galinheiro, pelo seu dono, (por não ter aprendido a falar), apertava o pescoço dos pintinhos e gritava: “diz titia”, “diz titia”. Almoço, com anedota, deve ganhar o prêmio? E consegui, eu entendo, o maior número de pontos, pela anedota.

Provando a promoção da 1ª série do Curso Secundário, em 1ª época de 1931. Existe a certidão de Exames nº 5, passada sob estampilha de 1000 réis, em 21.1.1932, e assinada pelo Inspetor Olegário Mariano. Nesse certificado lê-se com s, tanto o meu como o do meu pai. Foi omitido o sobrenome “Sobrinho”. A média foi de 7,12 sete e doze centésimos, sendo Portugues 9, Frances 8, Matemática 7, Desenho 7,1\3, Geografia 6, História da Civilização 5 e Ciência Physícas e Naturaes 7,5. Boas notas para quem cursara o primário em inglês. E, com sinceridade, foi mais pela grafia das matérias do que pelas notas obtidas que eu as transcrevi.

Documento que prova que Elpenor de Souza, com “z”, do Distrito Federal, nascido em 16.04.1918 foi considerado aprovado nos exames da segunda série, no ano letivo de 1932, com média geral 68, filho de José Bernardino de Souza, com “z” e sem Sobrinho, tem como número 02595, e foi assinado sobre estampilha, datado de 20.12.1932, por Enoch da Rocha Lima como Inspetor, no Ginásio de São Bento.

Salientamos que, como eu, meus irmãos Francisco e Oswaldo também cursavam o Ginásio de São Bento, com a orientação de Dom Meinrado Matman e, mais tarde, de Dom Bonifácio Plum. Até completar o Ginasial, em 1935, posso destacar muitos e muitos fatos praticados por um menino levado:- como “matar aula” para jogar futebol no campo do Ajemberg, perto da Praça Mauá. Às vezes de goleiro, outras de ponta esquerda. Com os resultados que pareciam aos de jogos de basquetes, como 13 x 10, por horas e horas de jogo. Ou então, a “suspensão”, por três dias, por ter tentado incendiar o ginásio. Isto tudo em decorrência de “um duvido” de um colega e de também “você não tem a coragem”. Achei uma penalidade muito grande para um acender de um fósforo em algumas folhas de jornal, por baixo da cadeira. O meu pai foi ao Ginásio e “quebrou o galho”. E mesmo, uma briga que tive com Joanito Rodrigues Lopes (que mais tarde faleceu na explosão do navio Bahia, como oficial de marinha). Ele era Chefe da Turma, (espécie de zelador pela disciplina) e havia me punido com “ficará de castigo, mais uma hora, depois das aulas”. Nesse dia, disse-lhe: - “Se és valente, me dispensa e me espera na ladeira”. “Ladeira” era o local indicado para as brigas, a mesma que dava acesso ao Ginásio. E ele me dispensou. Assim, embora Joanito fosse muito mais forte do que eu, por uma felicidade momentânea, consegui segurar o seu pé, ficou sem equilíbrio, e fiz com que ele caísse. A conseqüência foi desastrosa para Joanito. Bateu com a cabeça no chão, ficou com um grande “galo” e perdeu a briga. Para mim foi bastante proveitosa. A minha fama de “galo de briga” aumentou, e com isso eu era muito respeitado. Não era por menos, o meu irmão Francisco era o meu “guarda costas”. Mais velho, mais forte, com mais autoridade. O outro irmão Oswaldo, que tinha como apelido de “Mamuth,” dado a sua constituição física, (da qual eu sempre fazia referência aos meus colegas), e também,  que ele era o meu outro “guarda-costa”. Entendia que, como era do conhecimento da turma, com os três irmãos juntos, jamais encontraria um adversário que não fosse derrotado. Cheguei a “cantar de galo” com um camarada de porte atlético, o Otto Gloria, que veio a ser, no meio futebolístico, um “bamba” do Vasco da Gama. Se não fosse a feliz intervenção de meu irmão Francisco, certamente teria levado uma bruta surra. Não me foi dado participar de agremiações estudantis. Era um simples sócio juvenil, do América Foot-Ball Clube. Jogava bola. Quase sempre de ponta esquerda. No tempo do Carola. Era do time juvenil. Campeonato interno. Nada se ganhava. No tempo em que o time era formado por um goleiro, dois beques, três alfes e cinco linhas. Onde impedimento era “off-side” e escanteio era ”corner”. Todavia, quando estudante, não deixei de visualizar atirarem pedras nos “meganhas”. Para quem não sabe : - era o apelido dado aos soldados da Polícia Militar. Usavam fardas de cor amarela e portavam sabres. A cavalaria era chamada para debandar os estudantes em greve, por exemplo , quando da campanha dos 30 e  40. Usávamos rolhas de cortiça que eram espalhadas no chão de paralepipedos, objetivando causar a queda dos cavalos e, conseqüentemente, as dos “meganhas”, que nessa hora usavam suas espadas. Meu irmão Francisco ficou com marca, nas costas, por muito tempo. Fora atingido,  bem perto do local onde fica o Teatro Municipal. Estávamos a favor da campanha dos 30 e 40 (que seriam as notas mínimas para promoção do ano letivo). Não cabe avaliar, agora, se os motivos foram justos. Participávamos em decorrência dos fatos ocorridos à época, influenciados ou não.

Certos momentos de lazer, como estudante, podem ser aqui focalizados. Uma das fotografias, a mim devolvidas pela nossa irmã Thereza ( a A.T.) que consta de suas pinturas, dádiva que herdou de nossa mãe,(remate em o seus primeiros trabalhos em porcelana) focaliza uma visita  que foi feita por todos os alunos com Dom Plácido e o professor Mac Fleus à Ilha das Cobras. No verso desta fotografia esta anotado a lápis “5°” ano ginasial do Ginásio São Bento-1935”, com a sua própria letra.

Um fato, sem adjetivo, aconteceu em janeiro de 1935. O Florêncio Augusto Esteves, sócio da Chapelaria Leivas, (no Centro do Rio, na Travessa do Ouvidor, de propriedade de meu Padrinho, Elpenor Leivas, residente à Rua do Bispo, em Catumbi), foi designado para providenciar a retificação, de meu nome, (de Sousa com z para Sousa com s). E, lamentavelmente, no dia 18, o Florêncio conseguiu o impossível :-Transformar um rascunho certo numa certidão errada. Pelo rascunho feito pelo meu pai, (que tinha letra de médico) bastante justificada, (pois possuía diploma de Farmacêutico, o que lhe garantiu servir como primeiro tenente na Farmácia do Exército, na Primeira Grande Guerra, e que existia na Rua Evaristo da Veiga) o nome da minha avó foi entendido como Eneida Paiva de Souza (com z) e se acha retificado para Eulina Paiva de Sousa. Se a grafia deu para confundir Eneida com Eulina, quem dirá um S com um Z. E, com essa possível explicação, que não justificam os demais erros, continuo assinalando as divergências, como disse antes, sem adjetivos, em respeito a quem venha as ler. Do dia 18.01.1935 passei a ser mais novo um ano (quase que me comparo ao meu pai sempre dizia ”sou o mais novo da família”  pois só contava os aniversários de quatro em quatro anos (havia nascido em29.02) O registro, que segundo as anotações de meu pai, tinha o número  18, passou a ter o número 17, e eu, passei a ser nascido no ano seguinte, em 16.04.1919 na casa n. 128 da Rua do Rosário.( Isto deve ter sido outra fantasia) O n. 128 da Rua do Rosário não existe. A única  indicação que há é que entre os números 114 (esquina com a avenida Rio Branco). E o n. 124 esquina com a Rua Miguel Couto, existe o espaço de Rua. A numeração par da Rua do Rosário é toda irregular:-110-112-114 (Banco do Estado da Paraíba), 124 (D. Sucupira), 130 (Costa e Torres), 134 (Cartório 12 Of.).E, o pior de tudo isto é que, na certidão consta como declarante o meu pai; e na análise, entendo que ele rascunhou certo e o Florêncio com o Antonio Culuchi ( o encarregado para regularização), e ainda, o escrevente juramentado, tornaram fantástico o fato. Felizmente não erraram na transcrição do sexo(continuei masculino).Porem os Sousas (dos nomes dos meus pais) continuaram com a letra z; todavia(os sobre nomes de meus avós), como já foi dito, foram retificados, e assim pode-se ler a correção para  Fabio José de Sousa, isto depois do “digo” e da “vírgula”. Como observação consta que esse registro foi feito em virtude de justificação despachadas pelo Dr. Juiz. Por esse motivo, em certa ocasião, tive que pagar,  mais cinco mil réis,  por nova certidão, com Elpenor de Sousa, com “s”, pois o Juiz exigia que a mesma fosse passada  com “inteiro teor”. O que me informaram:- Não podia ser feita a alteração, nos sobre- nomes dos meus pais, uma vez que as linhas já tinham sido inutilizadas com “traçinhos”, e tive eu de pagar ,mais cinco mil réis, que naquela  hora era uma fortuna.

A origem do meu nome

A origem de meu nome foi relatada pelo meu padrinho, senhor Elpenor Leivas (gordo de mais de 100 quilos), e que mandava anunciar, pelo rádio, por ser o dono da Chapelaria Leivas (loja que vendia chapéus) na Rádio Clube do Brasil:- “Leivas ou não leivas o chapéu do Leivas ?”.  E, lembro-me muito bem, como presente do décimo aniversário, ele me deu um “chapéu de palha” (a grande novidade na época).

O médico que fez o parto de sua mãe (uma gaúcha que estava no Uruguai, mas que era nacionalista e brasileira), era castelhano. O filho (meu padrinho) nascera na fronteira do Brasil. O médico e o meu padrinho tornaram-se grandes amigos. O médico sugeriu o nome de batismo “El pe”n”or   (com ñ tilhado ). Era o penhor de uma grande amizade. Ou, então, ele conhecia bem a História, pois Elpenor, como está registrado, é um dos nomes dos reis de Eubéia (a maior ilha grega) e um dos heróis de Troia.

Mais um esclarecimento, recorrendo a Mitologia (página 58) :- “Elpenor, um dos companheiros de Ulisses, metamoforseado em porco, por Circe, readquiriu, depois a forma humana. Dormia no terraço do palácio da feiticeira, quando Ulisses reuniu sua tripulação para partir. Ao ser chamado, apressou-se em atender. Sonolento, porém, ele caiu do terraço e morreu. Mais tarde, Ulisses encontrou, nos infernos, a alma de Elpenor, e esta pediu ao herói que lhe realizasse as habituais cerimônias fúnebres. Ulisses atendeu, tão logo voltou da região infernal.

Eis a razão, de que algumas vezes, eu ter recebido o título de  -“só ele resolve” ; sempre com os acréscimos “mesmo, agora,  e certo”.

A influência do nome é grande.  Todavia, procurei ser o mais democrático possível, e sempre,  dando provas daquilo que transcrevo.

Não sei se o momento é próprio, mas um fato que sempre eu me orgulho em contar. É o que aconteceu em Sessão Solene, quando recebi um emblema (de ouro), com o dístico “Dedicação ao Trabalho”, por ter sido o meu nome indicado como merecedor do mesmo. O Secretário Geral da Associação dos Funcionários do IAPETC contou com aminha presença em 21.05.1959. Não foi por ter sido de ouro, nem tão pouco por estar gravado alí o meu nome, é que para mim, aquela pequenina peça traduzia o que, de verdade, foi a minha dedicação ao trabalho, dedicação constatada em todo o tempo, e reconhecida por todos da Associação e dos demais funcionários, tão bem representada pelas palmas que recebi, na hora da entrega do emblema.

Agora,  um espaço que pode traduzir, ou melhor , o que traduz, de fato,  os meus sinceros  agradecimentos, a quem, fez  com que  esta “A fantástica Estória dos Sousas” fosse possível,  ser mais estética, mais bem , vista, em tudo.

O primeiro destaque foi a belíssima apresentação da” Capa. ”Ela foi gentilmente elaborada e oferecida ,de surpresa, pelo mesmo .Eu, confesso; fui surpreendido. Ela é histórica,  e uma maravilha.

O segundo destaque foi o enquadramento do” Esquema Geral Genealógico”.  Só foi possível pelo seu auxílio direto. Ele é um “expert”,  é perfeito,  em computação. Eu não consegui.  E não conseguiria nunca. O serviço é grau dez.

O terceiro destaque,  a apresentação, com a melhoria visual de todo o texto e disposição do mesmo. E, tudo o mais. O mais agradável possível.

Estamos muito contentes. Nesse final do mês de agosto recebemos, de quem nos chama gentilmente e de avô,  dois presentes: o primeiro o convite pela mais uma  sua formatura e o segundo um emocionante DVD (O Discurso do Rei). O seu nome é Marcio C. Bittencourt.