segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Introdução

Esta é uma narração crítica dos fatos, sem que todos tenham sido imaginários; porém, foi feita com bastante capricho. Grande parte elaborada com a minha intuição de filólogo, principalmente, quando das cópias. Se há falhas, foram involuntárias, letras parecidas, como o (v) e (r), por exemplo.  Ter havido omissão, ou mesmo, confundido nomes, por serem homônimos.  Mesmo assim, com todos os “contras”, o “S” dos Sousas (nobres) foi bem cuidado, embora tenha observado fatos, desses, registrados com “Z”.

O que deve ser salientado, é que os registros não eram obrigatórios, para não dizer, que não existiam. Para completar a nossa pesquisa, seria em mais fácil se o fato da chegada do imigrante Sousa ao Brasil tivesse acontecido, muito depois, ou seja, 108 anos. No Museu da Imigração pode-se descobrir como e quando o imigrante chegou. Para tanto bastaria saber, como é sabido:- o nome e o ano (mesmo que aproximados) em que o primeiro dos Sousas, de nossa família, desembarcou aqui, no Brasil. Pois seriam determinados até o dia exato, o nome e o tipo do navio, a classe social do passageiro; etc. etc. Mas há um quesito primordial, ali exigido:-“ que a chegada tenha acontecido a partir do ano 1888”.

Entretanto o que deve perdurar, no caso, é o “registro da família”. É a simples razão para que exista um “antes” e um “depois” para os Sousas. E é bastante sólido. De portugueses, marroquinos, espanhóis e brasileiros. Não podemos esquecer, todavia, as descendências características do povo europeu. A pele mais clara, lábios e nariz mais afilados, cabelos finos e ondulados, que foi mesclado com o povo do Mediterrâneo, este com pele mais morena, olhos castanhos, crânio mais estreito e alongado, e com cabelos escuros e ondulados.

É o resultado lógico de um processo por imigrações e conquistas, culturas mortas e absorvidas, revoluções e transformações sociais. Nesse ponto, como comparação posso lembrar que José Carlos (78.3.1) filho de meu irmão Francisco (78.3) foi conhecer Marrocos; e lá, ele podia ser confundido, dado seu aspecto físico, como um natural. Em contra partida, o Igor (78.5.3.2), neto de meu irmão Oswaldo (78.5), é louro e bem claro.

Por erro, ou lapso, de um dos funcionários do Cartório, meu irmão caçula e militar, já falecido, foi registrado como ”Oswaldo de Souza”. Isto contrariava certamente a opinião de um parente, também já falecido:- “Sousa com S é nobre; e, Souza com Z é plebeu”.

Todavia, como correção, a minha cunhada de nome Miriam, esposa do Oswaldo, bem como todas suas três filhas, de nomes Silvia Maria (78.5.1), Ângela Maria (78.5.2) e Ana Beatriz (78.5.3), foram registradas corretamente (o Sousa com S). E que, Oswaldo (78.5) nunca quis regularizar seu sobre nome, por ter muitos, mais do que cinco, certamente, homônimos homógrafos. Foi lembrada por sua filha Ângela (78.5.2), por telefone, as inúmeras dificuldades que ele teve quando e para conseguir o financiamento,  na Caixa Econômica Estadual, em Niterói, para comprar seu imóvel.

Posso esclarecer, melhor, a opinião do parente falecido:- “Os Sousas com S são os que descendem da nobreza de Portugal, e os Souzas com Z, dos nobres da Espanha”.

O ponto de vista que sempre considerei relevante, tendo em vista a árvore genealógica, (agora de tamanho bem maior), deu-se no período de 1930 a 1931 por iniciativa de minha irmã, Anna Thereza Dias de Sousa (78.2) com a cooperação de meu pai, gaúcho (do Rio Grande) José Bernardino de Sousa Sobrinho (7), o Doutor Sousa, como era chamado; e ainda, da senhora minha mãe, gaúcha (de Pelotas), Sara Dias de Sousa, a Dona Sarita (8),e de, principalmente, mais dois primos oriundos do Sul.

Diga-se de passagem, em 1930, e era a grande novidade da época, o motivo pelo qual, a minha irmã “Natereza” (como a chamávamos às vezes), estava cursando o Secretariado, na Escola Maria Right, aqui na Tijuca. Meu pai (7) por ser Dentista e Farmacêutico tinha o Curso Post Graduation da Universidade de Saint Polônia, em Pensilvânia, nos Estados Unidos da América do Norte. E, como Farmacêutico, serviu durante todo o período de 1914 a 1918 (Primeira Grande Guerra Mundial), como tenente, em uma das pequenas Farmácias do Exército, na Rua Evaristo da Veiga, a mesma rua que nós, nascemos.

Meu irmão Fábio José (78.1) nasceu e faleceu em 1911, a Anna Thereza (78.2) nasceu em 1914 e faleceu em 1989, o Francisco (78.3) nasceu em 1915 e faleceu em 1987. Elpenor (78.4) nasceu em 1918 e, em final, Oswaldo (78.5) nasceu em 1920 e faleceu em 2002.

Lembro bem, estávamos em 1930, ano em que alguns dados foram fornecidos, e muitos outros confirmados por dois de meus primos, do Rio Grande do Sul.  Isto, pouco depois, da vitoriosa Revolução. Eu estava com 12 anos de idade. - O de nome Rubens Cortes Paixão (1.2) e o de nome Honório Fialho Peixoto (9.4). (esclareço que, sempre que possível, indicarei o número que cada parente tomou na árvore genealógica) foram os que mais se destacaram.

É oportuno e relevante salientar o motivo da presença dos dois, no Rio de Janeiro. Fardados, sob o comando do Dr. Getúlio Dorneles Vargas, na Revolução Constitucionalista, vieram participando ativamente, como vencedores, desde Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em o mês de outubro do ano de 1930.

É fato que não pode aqui deixar de ser consignado, e por ter sido eu uma das testemunhas. Observamos uma verdadeira “imagem de poeira, mal cheirosa”, no momento que se “transformaram” as meias, do primo Rubens, justamente em nossa sala de visitas, na Rua Evaristo da Veiga 45, no centro do Rio, da casa, localizada em frente ao Quartel de Polícia, quando ele definitivamente ficou livre de suas botas.

Em decorrência do que estava sendo exalado das fardas dos dois parentes gaúchos, também tivemos que abrir as janelas da sala de visitas.  Ainda tenho em mente as “caras de espanto” feitas pelos soldados que se encontravam nas janelas fronteiras. O Rubens (1.2), como artilheiro que era, contou-nos, que de fato, havia amarrado o seu cavalo no Obelisco, na Avenida Rio Branco, tal como tinha sido realizado por muitos outros gaúchos, em cumprimento pelas promessas que tinham feito, ainda, na terra natal.

Como curiosidade, no dia 3 de outubro de 1930, com 12 anos, 5 meses e 17 dias,  estava eu fazendo a minha  Primeira Comunhão na Igreja Santa Teresa. Nesse dia, todos nós voltamos, de taxi, para casa, muito apreensivos. A revolução gaúcha tinha estourado.

Muito tempo depois, embora da primeira parte tenha figurado somente como testemunha, eu mesmo, sem qualquer objetivo, simplesmente, comecei a acrescentar alguns dados naquela pequenina árvore genealógica; aqueles que me eram trazidos por parentes, os mais curiosos, por já terem ouvido falar da mesma árvore;  ou então, por mera iniciativa própria.

5 comentários:

  1. Parabéns, Vô, pelo seu trabalho magnífico. Está sendo alvo de muita alegria para muitos espalhados ao redor do planeta. Que Deus continue lhe abençoando. Abraços, Marcio

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  2. Oi,
    Que iniciativa interessante esta de mostrar tua história e nossas raízes comuns.
    E que lindo conteúdo,meu tio!

    Beijos

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  3. Eu continuo a pensar que estas histórias, tão significativas e retratos de um tempo meio desconhecido pelas novas gerações, deveriam ter continudade.
    Pense nisso, tio
    Beijos

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  4. Recordar é viver !! Adorei conhecer mais sobre as memórias dos Sousa !!
    Continue contando mais...As famílias Sousa e Pizzorno agradecem...
    Muitos bjsss

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  5. Olá, Elyonor, estou tentando encontrar os passos da família da minha mãe que tb é Souza. Vou compartilhar o teu blog no meu grupo de família que estou formando. Muito bom o conteúdo do seu blog. Grande abraço.

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